Os tempos dos objectos (materiais) incorporados na obra de arte não se anulam na produção artística propriamente dita, mas antes renovam-se em “permanências” feitas memórias, e fazem acontecer a obra.
Este projecto tem como referente a Figura Avulsa do Séc: XVIII que usava as imagens e figuras das gravuras que circulavam por toda a Europa retratando costumes, hábitos, momentos de lazer, entre outros.
Como um espectador curioso, vou percepcionando pulsões, formas que se atraem e que naturalmente se encaixam, empilham, por vezes em desequilíbrio perfeito, pigmentos de cor que fundem e em fruído se misturam.
Oração, tema que a artista tem trabalhado e que lhe interessa pela forma da fala cantada, murmurada, repetida com movimentos cadenciados de formas à volta de um eixo.
As peças produzidas pelo ceramista seguem a filosofia “Wabi Sabi”, corrente estética derivada do estilo de vida Budista. No seu âmago, é uma filosofia que abraça a vida tal como é. Favorece a simplicidade em oposição à opulência ou perfeição, de modo a encontrar harmonia e unidade com a natureza.
“Ao introduzir o desenho e a cor no âmago do processo criativo cerâmico, o artista cortou amarras com as formas tradicionais, pôs em causa a noção pictórica de superfície, deixou de lado a simetria, assumiu a distorção, operou recombinações e montagens.”
João B. Serra – A arte cerâmica de Eduardo Constantino; Catálogo “A Cor e a Forma”, Museu da Cerâmica, Caldas da Rainha 2017
Na interação das imagens e das formas escultóricas, o “Humano”, nos seus aspetos mais enigmáticos, mitológicos, mentais, por vezes animais… aparecem como reflexo de uma realidade ambígua, onde a fantasia e a experiência estética se afirmam.
A ceramista procura explorar a linguagem das matérias da cerâmica e conceber objetos alusivos a utensílios contentores de uso comum.
Nos próximos dias 25 de Julho vão ter lugar workshops de Cerâmica de Fumos com o ceramista Fernando Sarmento.
O participante irá criar a sua própria decoração em peças já feitas através de diferentes processos e materiais. Após a decoração concluída, as peças serão submetidas a um processo de queima com fumos, processo esse que tem a sua origem na antiguidade de algumas regiões da Índia.
Sessões: dia 25 de Julho – 10 h às 13h sessão da manhã / 15h às 17h sessão da tarde
Custo: €15 por sessão; aquisição de peças feitas directamente ao formador / Actividade para adultos e crianças.
Local: Pátio do Convento de São Francisco, Tomar
Devido às restrições COVID19, a participação está restrita a 6 pessoas por sessão. Inscrição obrigatória.
Nesta exposição a artista apresenta peças de cerâmica em que usou a técnica Japonesa de Raku e nelas transparecem as referências que são recorrentes no seu trabalho ligado à natureza cíclica da vida e da morte, a beleza e a decadência.
convergenciasarte.wordpress.com 